Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos e 6 meses pela morte dos pais de Suzane von Richthofen, Manfred e Marísia, foi libertado na noite desta quarta-feira, 5, para cumprir o restante de sua pena em liberdade. Ele é irmão de Daniel Cravinhos, ex-namorado de Suzane, que também foi condenado pelo crime, e agora os três sentenciados pelo caso que chocou o Brasil em 2002 estão em liberdade.
O trio foi submetido a júri popular em 2006. Cristian, Suzane e Daniel foram condenados a penas que, posteriormente, foram reduzidas ou transformadas em regime mais brando. Enquanto Suzane foi condenada a 39 anos, com pena reduzida para 34 anos e 4 meses, e está em liberdade desde janeiro de 2023, Daniel cumpre a pena em regime aberto. Cristian, que estava no regime semiaberto, teve sua progressão para o regime aberto autorizada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté.
A decisão da juíza foi baseada no tempo de privação de liberdade cumprido por Cravinhos, que permitiu sua progressão para o regime aberto. Além disso, a magistrada destacou seu bom comportamento na prisão e a avaliação psicológica favorável. A defesa de Cravinhos argumentou que a decisão foi tomada com base exclusivamente na legislação. No entanto, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) se opôs à soltura, alegando que os exames apontaram “traços disfuncionais de personalidade” e dificuldades de adaptação social.
Cravinhos cumpria pena na Penitenciária de Tremembé, conhecida como “o presídio dos famosos”, e deve agora seguir uma série de condições estabelecidas pela Justiça, como comparecer à Vara de Execuções Criminais a cada três meses, comprovar ocupação lícita e não mudar de cidade sem autorização. Ele também deverá se recolher em casa entre 22h e 6h e evitar locais incompatíveis com o regime aberto, como bares e casas de jogos. Caso descumpra essas condições, poderá ser retornado ao regime fechado.
Cristian já havia obtido a progressão para o regime aberto em 2017, mas violou as regras e voltou à prisão. Em 2018, foi flagrado com munição de calibre 9 mm durante uma ocorrência policial, tendo tentado subornar os policiais. Em 2020, foi absolvido do crime de porte de munição, mas condenado por suborno e violação das condições do regime, o que resultou em mais 4 anos de pena.
A defesa de Cravinhos afirmou que ele cumpriu todos os requisitos para a progressão de pena e que continuará obedecendo às determinações judiciais. O caso dos irmãos Cravinhos e Suzane von Richthofen continua sendo um dos crimes mais emblemáticos da história recente do Brasil.