Brasília, Brasil – A nomeação de Priscila Carnaúba, esposa do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), para um cargo comissionado no gabinete da ministra Cármen Lúcia no Supremo Tribunal Federal (STF) está gerando controvérsias. Embora a remuneração não tenha sido especificada, é conhecido que os assessores de Cármen Lúcia recebem salários que variam de R$ 10.000 a R$ 30.000.
A nomeação de Priscila ocorreu em setembro, cerca de um mês após a visita do senador à residência da ministra, em Belo Horizonte (MG). Cármen Lúcia também foi convidada para o casamento de Randolfe Rodrigues e Priscila, que ocorreu em julho.
O STF comunicou que “os critérios de seleção foram objetivos” e que Priscila Carnaúba foi escolhida devido à sua afinidade com questões relacionadas ao direito público. A Corte enfatizou que “ter vínculos externos com integrantes de outros poderes não impede a nomeação.” Neste ano, o gabinete da ministra nomeou três assessoras, todas jovens advogadas preparadas para o cargo. Todos os assessores do gabinete da ministra cumprem um horário de trabalho presencial das 10h às 19h, sem distinção.
Cármen Lúcia proferiu decisões favoráveis à Rede, partido ao qual Randolfe Rodrigues era filiado na época. Em dezembro de 2020, a ministra acolheu um pedido da Rede Sustentabilidade contra o então presidente Jair Bolsonaro, ordenando a investigação pela Procuradoria-Geral da República sobre a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na defesa do senador Flávio Bolsonaro na tentativa de anular o caso das “rachadinhas”. Rodrigues celebrou a decisão em suas redes sociais. Quatro meses antes, Cármen também votou a favor de uma ação da Rede e do PSB contra o governo, limitando o alcance da Abin, alegando que atividades ilícitas, como escutas telefônicas, eram crimes mesmo quando praticadas pelo Estado.