O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reafirmou nesta segunda-feira (10) o compromisso do Brasil em manter um diálogo construtivo com os Estados Unidos, destacando a busca do governo Lula por alternativas para aprofundar as relações bilaterais. Em entrevista à Rádio CBN, Alckmin também comentou sobre as recentes declarações do ex-presidente Donald Trump e o impacto das tarifas de importação de aço e alumínio, estabelecidas pelo republicano, afirmando que tais medidas não visam exclusivamente ao Brasil, pois outros países também foram atingidos.
Relações Bilaterais
Alckmin afirmou que, apesar das declarações polêmicas de Trump, o governo brasileiro segue com a disposição de cooperação, defendendo sempre o multilateralismo nas relações internacionais. O ministro também destacou que as conversas com autoridades dos Estados Unidos seguem em curso, mencionando reuniões recentes com o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. Segundo o vice-presidente, as relações entre os dois países devem ser tratadas “como uma questão de Estado”, enfatizando a importância de aprofundar os laços comerciais e de investimento. Ele ainda sublinhou que, apesar da China ser o maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos são o maior investidor no país.
Inflação e Expectativas Econômicas
Alckmin também abordou a questão da inflação, indicando que o cenário deve melhorar neste ano. Segundo ele, o clima e a safra de alimentos devem ser favoráveis, o que, junto com a queda do dólar (de R$ 6,20 para R$ 5,79), contribuirá para uma desaceleração dos preços. No entanto, ele ressaltou que o controle da inflação não ocorre de forma instantânea, e que algumas medidas do governo, como a redução do imposto de importação sobre alimentos, são necessárias para ajudar a amenizar o impacto nos preços.
Em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Alckmin afirmou que a questão deve ser tratada de acordo com a realidade de cada estado, sem a necessidade de isentar todos os produtos, caso a situação econômica de determinado local não justifique a medida.