O Ministério do Planejamento projeta que o déficit da Previdência Social, resultado da diferença entre despesas e receitas, aumentará de R$ 272,6 bilhões em 2024 para R$ 293,5 bilhões em 2025. Apesar desse aumento nominal, o governo estima que o rombo do INSS permanecerá estável em 2,37% do PIB.

Fabio Giambiagi, economista e pesquisador do FGV IBRE, destaca que a política de reajuste do salário mínimo acima da inflação, implementada pelo governo Lula, está agravando o déficit previdenciário. “A cada ano, o impacto é pequeno no orçamento de R$ 2 trilhões, mas o efeito acumulado pode adicionar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões aos gastos públicos”, afirmou Giambiagi ao g1.

O economista sugere que desvincular os benefícios previdenciários do salário mínimo pode ser uma solução, embora essa mudança esbarre em possíveis decisões do STF. Giambiagi defende a política de reajustes apenas pela inflação, adotada durante o governo Bolsonaro, e alerta que uma nova reforma da Previdência será inevitável. “Seria ideal que a reforma ocorresse em 2027, mas isso exige um debate prévio”, disse.

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A última reforma, em 2019, trouxe mudanças como a fixação de uma idade mínima de aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres) e regras de transição. Contudo, o envelhecimento da população e a redução da taxa de fecundidade, apontados pelo IBGE, continuam pressionando o sistema previdenciário, e uma nova rodada de ajustes pode incluir o aumento da idade mínima, ajustes no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a criação de um regime de capitalização.

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