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A Polícia Federal (PF) está aprofundando as investigações sobre a lavagem de dinheiro ligada à rede de tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) em parceria com a máfia italiana. A Operação Mafiusi, deflagrada recentemente, revelou um complexo esquema de movimentação financeira que agora envolve nomes conhecidos, como o cantor sertanejo Gusttavo Lima, o pastor Valdemiro Santiago e o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho.

Embora não estejam entre os indiciados, os três deverão prestar depoimento após terem seus nomes citados em transações suspeitas com pessoas e empresas envolvidas no esquema. Segundo relatórios da PF, eles realizaram movimentações financeiras com suspeitos de integrar um “sistema financeiro paralelo” do crime organizado.

Esquema e investigação da PF

A investigação aponta que a rede criminosa usava empresas de fachada e contas de pessoas físicas e jurídicas para disfarçar a origem ilícita dos recursos. Um dos principais nomes do esquema, segundo a PF, é o empresário Willian Barile Agati, conhecido como “concierge do PCC”, preso desde janeiro.

A PF identificou duas empresas que teriam movimentado R$ 454,3 milhões entre 2020 e 2023 e que, segundo as autoridades, seriam de fachada. Foi durante a análise dessas transações que os investigadores encontraram ligações com Gusttavo Lima, Valdemiro Santiago e Adilson Oliveira Coutinho Filho.

Negócios suspeitos

A Balada Eventos, empresa que administra a carreira de Gusttavo Lima, transferiu R$ 57,5 milhões para a JBT Empreendimentos, empresa associada a Maribel Golin, apontada como peça-chave do esquema. A defesa do cantor afirma que o valor corresponde à compra legal de uma aeronave.

Já Valdemiro Santiago foi citado por um delator, que afirmou que um parente do pastor “esquentava” dinheiro da organização criminosa dentro de sua igreja. O relatório da PF sugere que o empresário Willian Agati assumiu a posse de aeronaves do líder religioso, alegando que ele “devia muito ao Fisco”. O total das transações suspeitas envolvendo o pastor chega a R$ 24,6 milhões.

No caso de Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, a PF identificou repasses de R$ 9 milhões para empresas ligadas ao esquema.

Defesas negam irregularidades

A assessoria de Gusttavo Lima afirmou que a compra da aeronave foi feita de forma legal e devidamente registrada. A defesa de Maribel Golin negou qualquer envolvimento ilícito e declarou que todas as movimentações têm origem lícita. Até o momento, Valdemiro Santiago e Adilsinho não se pronunciaram.

A Operação Mafiusi está sendo conduzida pela 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, a mesma que abrigou a Operação Lava Jato. A expectativa é que os depoimentos dos citados sejam colhidos nas próximas semanas para esclarecer os indícios de envolvimento no esquema.

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