No seu próximo livro, intitulado “Janonismo Cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil,” o deputado federal André Janones (Avante-MG) faz revelações surpreendentes sobre a disseminação de informações falsas durante a campanha eleitoral do ano passado. O parlamentar confessa ter compartilhado notícias falsas com o objetivo de “desestabilizar” o então presidente Jair Bolsonaro.
Janones detalha como criou e espalhou informações falsas, incluindo alegações sobre um suposto aparelho celular do ex-ministro Gustavo Bebianno e uma fake news que afirmava que o ex-presidente Fernando Collor faria parte do governo caso Bolsonaro fosse reeleito. O livro está programado para ser lançado em 20 de novembro.
Uma das confissões mais impactantes de Janones é a admissão de que inventou estar na posse do suposto celular de Bebianno com o objetivo de perturbar emocionalmente Bolsonaro antes de um debate. Na realidade, o deputado nunca teve acesso ao telefone, mas usou essa estratégia para causar desconforto em seu adversário. Além disso, Janones reconhece ter promovido a fake news sobre Collor, relacionando-a a uma declaração de Bolsonaro sobre o ex-ministro José Dirceu.
O livro também revela a estratégia do deputado para dar repercussão a um vídeo controverso de Bolsonaro sobre meninas venezuelanas e comenta suas ações após a publicação nas redes sociais associando o ex-presidente Lula ao satanismo. Nesse contexto, Janones admite ter quebrado condutas profissionais.
A confissão de envolvimento na disseminação de notícias falsas provocou uma forte pressão dos usuários das redes sociais para a inclusão do parlamentar no inquérito sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. Além disso, Janones enfrentou repetidas acusações de assédio moral contra seus funcionários.