O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar as decisões que o tornaram inelegível até 2030 e afirmou que só indicaria outro nome para disputar a presidência em 2026 “depois de morto”. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível, em 2023, condenando-o por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2022.
Em declarações feitas na última quinta-feira (6), após desembarcar no Aeroporto de Brasília, Bolsonaro expressou indignação com a situação: “Eu não participar [da eleição de 2026] é uma negação à democracia. Só depois de morto eu indico outro candidato. Se tivesse um motivo justo, eu nem estaria falando com vocês aqui, arrumaria uma maneira de fugir”, disse o ex-presidente a jornalistas.
Bolsonaro também afirmou que não acredita estar prejudicando o campo da direita ao não indicar um nome para a próxima eleição, e que vários partidos estão em posição de lançar candidatos para a disputa presidencial. “Cada partido que se apresente, lance o candidato, comece a andar pelo Brasil, como eu fiz”, afirmou.
Em janeiro, o ex-presidente mencionou possíveis candidatos do seu círculo próximo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na ocasião, Bolsonaro sugeriu que uma eleição sem sua participação seria “parecida com a da Venezuela”.
Além da inelegibilidade, o ex-presidente também enfrenta uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, em janeiro de 2023.
Com o aumento da pressão para que Bolsonaro indique um sucessor para a corrida presidencial de 2026, aliados do ex-presidente insistem que apenas ele seria capaz de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. Flávio Bolsonaro usou os resultados de uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada na sexta-feira (7), que apontou vantagem de seu pai sobre Lula, para reforçar o argumento de que ele é o único capaz de vencer o atual presidente. “Entenderam por que querem a cabeça de Jair Bolsonaro? Só ele pode vencer Lula em 2026”, escreveu o senador nas redes sociais.
No entanto, em fevereiro, Flávio Bolsonaro reconheceu que existem outros nomes alinhados à direita que poderiam ser considerados para uma candidatura alternativa à de seu pai, como Michelle Bolsonaro e até o próprio senador, caso haja uma movimentação de presidentes de partidos.