A cassação dos direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promete reformular a estratégia do Partido Liberal nas eleições de 2024 visando 2026. Segundo apuração da jornalista da CNN Raquel Landim, em conversa com um ex-ministro de Bolsonaro, a ideia agora é: apostar apenas em nomes realmente viáveis. “Não podemos mais errar”, disse o ex-ministro.
Se essa tese se concretizar, o candidato do PL Amazonas está longe de ser escolhido, por uma razão óbvia, hoje, nem Menezes, nem Alberto Neto, são candidatos de segundo turno em nenhuma das pesquisas de qualquer que seja o instituto. Nenhuma pesquisa mostrou, até hoje, um dos dois enfrentando o prefeito David Almeida em um eventual segundo turno.
Inaceitável
Por que o Partido Liberal vai brincar de eleição em uma cidade da importância de Manaus? Vejo que não vai brincar. O PL precisa fazer o próximo prefeito de Manaus, principalmente pelo fato da cidade ser conhecida como um reduto bolsonarista. Como então a cidade tem essa fama e o partido corre o risco de sequer estar no segundo turno? Isso é inaceitável do ponto de vista partidário.
É a hora de David?
Precisamos lembrar de algumas coisas; o prefeito David Almeida tem sérias limitações no Avante, e isso o obriga, por uma questão de estrutura e grupo, a se filiar em um novo partido nos próximos meses. Suas opções são limitadas, mas até agora, pouco se falou da possibilidade mais que possível do prefeito se filiar ao próprio partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, comandado no Amazonas por Alfredo Nascimento.
Existem algumas premissas que tornam bastante razoável essa possibilidade. Em primeiro lugar, David concorre a reeleição, e a tradição no Amazonas é o mandatário se reeleger. David apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, tem alinhamento ideológico e aproximação com o público evangélico. Seu potencial adversário de segundo turno, Amom Mandel (Cidadania), tem se mostrado aliado do governo Lula. Alfredo Nascimento tem uma boa relação com David. E a razão mais óbvia: o partido precisa ter o prefeito de Manaus.
É razoável pensar que essa possibilidade não existe? É evidente que existe, ao ponto de fazer com que alguns entrem em desespero. Nesse caso, quem muito fala, manda pouco, e quem decide, está tranquilo.