O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado no Hospital DF Star, em Brasília, após uma delicada cirurgia no intestino realizada no último domingo (13). Segundo os médicos, a recuperação será longa e não há previsão de alta para esta semana. A internação ocorre em um momento político sensível, quando Bolsonaro e aliados enfrentam crescente pressão judicial e precisam manter coesa a base bolsonarista em meio a denúncias e tentativas de articulação para 2026.
“Vai ser um pós-operatório muito prolongado”, afirmou o cardiologista Leandro Echenique. O cirurgião Cláudio Birolini detalhou que a operação foi “complexa, trabalhosa”, resultado de um quadro de obstrução intestinal agravado por múltiplas cirurgias anteriores. Bolsonaro apresentava níveis alarmantes de inflamação, com PCR em 150 mg/dL, frente ao padrão máximo de 1 mg/dL.
Além da inflamação, os médicos encontraram aderências intensas na cavidade abdominal. “O intestino estava bastante sofrido, o que nos leva a crer que ele já vinha de um quadro de suboclusão há alguns meses”, explicou Birolini. A equipe também indicou que o ex-presidente se alimentará por via venosa e que as próximas 48 horas serão decisivas quanto a riscos como infecções e tromboses.
Impactos políticos
A internação de Bolsonaro ocorre no mesmo período em que a primeira denúncia da PGR envolvendo o núcleo central do suposto golpe de Estado de 2022 foi aceita pelo STF. O ex-presidente agora é réu, ao lado de ex-ministros militares e de segurança. A condição médica, portanto, coloca um freio em movimentações políticas importantes do bolsonarismo, incluindo sua articulação para as eleições municipais de 2024 e projeções para 2026.
Mesmo hospitalizado, Bolsonaro recorreu às redes sociais para reafirmar sua presença no debate público: “Meu estado de saúde é estável, mas a recuperação exige cuidados intensivos e será gradual. No momento, ainda não há previsão para minha alta. Um forte abraço em cada um e repito: voltaremos!”
