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O presidente do Equador, Daniel Noboa, de 37 anos, foi reeleito neste domingo (13) após um conturbado primeiro mandato marcado pela militarização do país e uma declarada guerra ao narcotráfico — ou “guerra contra o terrorismo”, como ele prefere classificar. Em apenas 17 meses no cargo, episódios de violência chocantes e decisões controversas consolidaram sua imagem de líder jovem, ambicioso e cada vez mais autoritário.

Nascido em Miami, fluente em inglês e herdeiro da família mais rica do Equador, Noboa carrega dupla cidadania (equatoriana e americana) e vem estreitando laços com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Ele foi um dos únicos líderes latino-americanos a participar da posse de Trump em janeiro, ao lado do argentino Javier Milei. Recentemente, voltou a se reunir com o republicano, pedindo apoio militar para enfrentar o crime organizado.

Na visão de Noboa, o narcotráfico é uma ameaça regional e exige uma resposta conjunta. O presidente mencionou até o Brasil como potencial parceiro em operações de segurança. A CNN dos EUA revelou que uma base naval está sendo construída em Manta, cidade costeira do Equador, possivelmente para receber militares norte-americanos — embora não haja confirmação oficial.

Ao mesmo tempo em que projeta influência internacional, o presidente enfrenta duras críticas internas por violações à democracia. A mais grave foi a invasão da embaixada do México em Quito, em abril, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado por corrupção e aliado da oposição. A ação violou convenções internacionais que garantem a inviolabilidade de sedes diplomáticas, gerando forte repercussão internacional.

Outro episódio que expôs a face autoritária do governo foi o afastamento da então vice-presidente Verónica Abad. Noboa a impediu de assumir a Presidência durante sua licença para campanha, contrariando a legislação eleitoral. Abad foi enviada ao exterior como embaixadora e acusou o presidente de estar conduzindo um “golpe de Estado”. No mês passado, teve seus direitos políticos suspensos por dois anos, sob acusação de violência política de gênero contra uma ministra. Abad afirma ser vítima de perseguição política.

Apesar das controvérsias, Noboa segue firme no poder, amparado por sua retórica de resiliência e combate à criminalidade. O presidente adotou o símbolo da fênix como marca de seu governo — uma figura mitológica que renasce das cinzas. Tem quatro tatuadas no braço e costuma repetir em suas redes: “Não importa o quanto na vida se caia, o importante é se levantar”.

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