O anúncio foi feito por Lula em entrevista coletiva no CCBB, onde funciona o gabinete de transição. Ao responder as perguntas dos jornalistas, o presidente eleito afirmou ter a intenção de criar um Ministério de Segurança Pública, mas que, primeiro, Dino tem a missão de consertar o funcionamento da Pasta da Justiça.

Na entrevista, Dino anunciou o nome do delegado Andrei Rodrigues como diretor-geral da Polícia Federal.  O futuro ministro defendeu a necessidade de restauração da plena autoridade e legalidade das polícias. E disse que é preciso ter capacidade de liderar contingentes

Em 2010, Rodrigues chefiou a segurança da então candidata a presidente Dilma Rousseff e também foi secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, tendo atuado como responsável pela segurança na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016. Dino citou a experiência dele no diálogo com estados e municípios como um dos fatores que contaram para a escolha.

“Nós temos consciência de que o atual governo é um governo com o corpo muito grande e a cabeça muito pequena. É um governo que não preparou a administração desse país”, destaca e continua: “Nós agradecemos profundamente aos senadores que votaram a PEC. Não é uma PEC do governo Lula, do futuro governo. É uma PEC do governo Bolsonaro. Porque essa PEC é para resolver o problema do orçamento”.

O presidente Lula afirma que a PEC será usada para manter os R$ 600, do programa que agora volta a ser chamado Bolsa Família, e mais R$ 150 para crianças de até seis anos de idade.

“Ouvi boatos que a PEC vai ter problema nas Câmara dos Deputados. Eu não acredito. quero dizer para vocês que eu farei quantas conversas forem necessárias para que a PEC seja aprovada na Câmara dos Deputados da mesma forma como foi aprovada no Senado. Espero que as pessoas compreendam que essa PEC não é para o governo Lula, essa PEC é para fazer o reparo no orçamento do presidente Bolsonaro. essa PEC é para que a gente possa garantir o mínimo necessário às pessoas mais necessitadas desse país. O mínimo necessário para a Saúde, para o Minha Casa Minha Vida, para a Farmácia Popular”, afirmou Lula.

Na entrevista, Lula foi questionado sobre o perfil do futuro ministro do Planejamento e disse que “será bastante afinado com o da Fazenda”. “É preciso que pensem juntos. É preciso que pensem juntos para que não haja muita divergência entre os dois ministérios. Eu já poderia ter indicado hoje, mas é que se eu indicar hoje, vocês não terão notícia na terça-feira, na quarta-feira”, brincou o presidente eleito.

Lula disse que, na semana que vem, pretende indicar “talvez o dobro” de ministros que indicou nesta sexta-feira. “Tenho que definir a quantidade de ministérios e as secretarias novas”, concluiu.

“Esse processo das emendas do orçamento secreto está na Suprema Corte antes das eleições, eu não tenho ainda nenhuma interferência e poder de interferência na Suprema Corte para decidir quando eles vão votar. A emenda de deputado é coisa importante, o que não precisa é ela ser secreta, quem decide liberar a emenda é o Poder Executivo. Se tiver qualquer problema, nós vamos conversar. Já conversei duas vezes com Lira e Pacheco e se for preciso conversar dez vezes, farei isso”, disse Lula.

Lula se adiantou ao falar sobre diversidade no ministério. Disse que, antes que questionassem a falta de mulheres e negros nesse primeiro anúncio, eles estariam presentes na composição da Esplanada.

“Vai ter homem, mulher, negros, índios. Vamos tentar montar um governo que será a cara da sociedade brasileira em sua plenitude”, afirmou.

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