Revelado com exclusividade pelo Repórter Brasil, novas imagens de satélite mostram uma destruição ainda maior no desmatamento na terra indígena Ianomâmi, localizada em Roraima e no Amazonas, onde vivem 30 mil indígenas.

Trata-se do novo monitor da mineração na Amazônia, o Amazon Mining Watch (AMW), desenvolvido pelo Pulitzer Center em parceria com a Earthrise Media.

Com capacidade de obter imagens com maior resolução, o instrumento detectou quase o triplo do desmatamento registrado na terra Yanomami pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espáciais (Inpe).

O AMW registrou uma devastação de 1.226 hectares nos anos de 2021 e 2022. No mesmo período, o Deter identificou 418 hectares desmatados pelo garimpo.

Além da melhor resolução, o pesquisador Matt Finer, da ONG Amazon Conservation, diz que a nova ferramenta possui uma análise mais detalhada da destruição.

Ele diz que o Deter é um “levantamento rápido com a função específica de emitir alertas diários sobre desmatamento e permitir uma ação rápida dos órgãos de fiscalização”.

O pesquisador, que fez a análise dos dados, revelou ao Repórter Brasil que o garimpo destruiu diversas áreas dentro do território, e não apenas próximo aos rios principais, como costumava ocorrer.

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“Isso significa que as ações iniciais do governo no rio Uraricoera são um bom começo, mas será preciso expandir as operações para outras áreas, se o objetivo for realmente acabar com o garimpo ilegal na terra indígena”, disse.

Aldeias

As imagens também alertaram para a proximidade da devastação provocada por garimpeiros das aldeias.

De acordo com o levantamento, das 305 aldeias identificadas pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), 104 foram alvo de desmatamento por mineração em uma distância inferior a 10 quilômetros ou uma a cada três comunidades.

“As aldeias nessa região têm populações menores, mas o número de comunidades é maior. E todas procuram se instalar perto de cursos d’água, algo que os garimpeiros também fazem. Isso é um risco para a população”, alertou o pesquisador Estevão Senra, do Instituto Socioambiental (ISA).

*Com informações do Repórter Brasil

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