O empresário Emílio Odebrecht, condenado na Operação Lava Jato, lançou um livro neste mês acusando a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) de “fabricar” e “coagir” investigados para obter delações premiadas.
Em um dos trechos da publicação, o empresário escreveu: “Nesse ambiente, ameaçados, pressionados, submetidos a quase insuportável sofrimento físico e mental, poucos conseguiram resistir a determinações como esta: ‘Você está aqui voluntariamente e quero que fale de fulano e sicrano’. Os procuradores apontavam o dedo e não tinham limites”.
No passado não era bem assim
Em uma das audiências da 13ª Vara Federal de Curitiba, Emílio Odebrecht aparece dando gargalhadas e contando como o governo do PT cobrava propina no caso que ficou conhecido como Petrolão — o maior esquema de corrupção da história do Brasil. O vídeo foi compartilhado pelo ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, nesta segunda-feira, 15.
“Esse era Emílio Odebrecht durante sua delação para a Lava Jato, se divertindo e dando gargalhadas ao comentar como os petistas queriam cada vez mais dinheiro de propina, passando de jacaré para crocodilo”, escreveu o ex-procurador. “Agora ele quer que você acredite que ele fez delação ‘sob coação’.”
O empresário foi alvo da Lava Jato, junto com outros executivos, assim como seu filho Marcelo Odebrecht. Emílio assinou uma delação premiada em 2016. Ele foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa e teve uma pena imposta pelo ex-juiz Sergio Moro de quase 20 anos de cadeia, mas a ação foi anulada posteriormente por causa de erros processuais.
(*) Informações revistaoeste