Uma investigação da Polícia Federal revelou que ouro proveniente de garimpos ilegais na Amazônia foi supostamente comercializado por militares a mando do tenente-coronel Abimael Alves Pinto, que coordenava operações na região. Além disso, Pinto é suspeito de facilitar a entrada de um líder garimpeiro no Batalhão de Infantaria de Selva, em Manaus, e de fornecer informações privilegiadas em troca de propina. A PF apura indícios de que parte desse dinheiro foi pago com o minério. As informações são do jornal O Globo.
O tenente-coronel foi indiciado por crimes como usurpação de patrimônio da União, lavagem de dinheiro, associação criminosa e tentativa de obstruir ação fiscalizadora do Poder Público. Ele também é alvo de um inquérito na Justiça Militar.
A defesa de Abimael refuta as acusações, alegando que seu nome foi envolvido injustamente por pessoas inescrupulosas. O Exército afirmou que está dando total apoio à PF para esclarecimentos sobre o caso.
Mensagens interceptadas pela PF incluem diálogos que sugerem a venda de ouro retirado de garimpos ilegais, com o tenente-coronel supostamente utilizando militares de patente menor para realizar as transações. Em uma das conversas, um subordinado envia a foto de um bolo de notas de dinheiro, indicando que o montante foi levantado com a venda do ouro.
A investigação também revelou que o tenente-coronel teria se autointitulado “Robin Hood” e reconhecido a origem ilegal do dinheiro. Em junho, foi divulgado que ele teria recebido cerca de R$ 930 mil entre 2020 e 2022, supostamente pagos por uma empresa de exportação de minérios. O advogado de Pinto aguarda a instrução do processo para revelar mais detalhes e denunciar aqueles que tentam prejudicá-lo.
O escândalo coloca em xeque a integridade de operações militares na Amazônia e destaca a gravidade da exploração ilegal de recursos naturais na região.