“Essa não foi uma eleição entre candidatos de partidos políticos com programas distintos. Foi a disputa entre duas visões de mundo e de governo. De um lado, o projeto de reconstrução do país, com ampla participação popular. De outro lado, um projeto de destruição do país ancorado no poder econômico e numa indústria de mentiras e calúnias jamais vista ao longo de nossa história”, discursou o presidente eleito.

Em outro momento, falou sobre o que chamou de “desmonte” promovido pelo atual governo. “Nestas semanas em que o Gabinete de Transição vem escrutinando a realidade atual do país, tomamos conhecimento do deliberado processo de desmonte das políticas públicas e dos instrumentos de desenvolvimento, levado a cabo por um governo de destruição nacional”, afirmou Lula.

O presidente eleito fez ainda severas críticas à desinformação e disse, inclusive, ser preciso uma legislação internacional mais gravosa para o combate às fake news. Segundo Lula, “a máquina de ataques à democracia não tem pátria nem bandeira”, no entanto, ele enfatizou que o combate é à desinformação e não à liberdade de expressão.

Lula agradeceu a atuação do TSE e do STF durante o período eleitoral: “Cumprimento cada ministro e cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis. A história há de reconhecer sua coerência e fidelidade à Constituição”.

Lula foi enfático em defender que Bolsonaro usou da máquina pública para desequilibrar o pleito eleitoral e citou entraves criados durante as eleições, sem citar diretamente, falou dos benefícios sociais, do bloqueio da Polícia Rodoviárioa Federal (PRF) nas estradas e do assédio eleitoral. “Não foram poucas as tentativas de sufocar a voz do povo”, disse.

“Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo. Criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação. Tentaram comprar o voto dos eleitores, com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento público”, afirmou. “Intimidaram os mais vulneráveis com ameaças de suspensão de benefícios, e os trabalhadores com o risco de demissão sumária, caso contrariasse os interesses de seus empregadores”, completou

Lula chorou logo no início do discurso  ao lembrar que enfrentou questionamentos sobre não ter diploma de nível superior e, mesmo assim, chegar ao Palácio do Planalto.

“Na minha primeira diplomação, em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder – para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário – o diploma de presidente da República”, disse Lula.

Lula também agradeceu àqueles que ficaram na vigília em Curitiba, durante a sua prisão: “Esse diploma que eu recebi não é o diploma do Lula presidente é o diploma de uma parcela significativa do povo que reconquistou o direito de viver em democracia nesse país”.

Após o choro, Lula disse: “Certeza que deus existe e o povo brasileiro é maior que qualquer pessoa”, sem citar nenhuma especificamente, mas em referência aos opositores e a Lava-Jato.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, foi muito aplaudido, inclusive por Lula, que, no discurso, destacou que ministros da Corte foram alvos de ataques e ameaças.

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