“Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!”, disse, em um dos momentos em que foi mais aplaudido.
Ao falar sobre as futuras medidas do governo, afirmou que vai revogar os decretos que facilitaram o acesso a armas e munições e também o teto de gastos.
“O SUS é provavelmente a mais democrática das instituições criadas pela Constituição de 1988. Certamente por isso foi a mais perseguida desde então, e foi, também, a mais prejudicada por uma estupidez chamada teto de gastos, que haveremos de revogar”, declarou Lula, quando falava sobre a atuação do governo Bolsonaro na pandemia de Covid-19.
Ainda como medidas do governo, Lula afirmou que “a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida” e “o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel”. Falou ainda sobre a retomada de antigos programas de governo que marcaram seus mandatos à frente da Presidência.
“Em diálogo com os 27 governadores, vamos definir prioridades para retomar obras irresponsavelmente paralisadas, que são mais de 14 mil no país. Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida e estruturar um novo PAC para gerar empregos na velocidade que o Brasil requer”, discursou.
O presidente disse ainda que buscará financiamento e cooperação nacional e internacional para o investimento e expandir o mercado interno de consumo.
“Os bancos públicos, especialmente o BNDES, e as empresas indutoras do crescimento e inovação, como a Petrobras, terão papel fundamental neste novo ciclo”, acrescentou.
Na seara ambiental, disse que a “meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica”. Por fim, ainda declarou que vai “retomar a política de valorização permanente do salário-mínimo” e acabar com a fila do INSS.
Em mais um momento em que falou sobre o governo Bolsonaro, Lula disse que o diagnóstico do Gabinete de Transição sobre o que encontraram no governo federal “é estarrecedor”.
“É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”, disse em um trecho do discurso. “Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução”, afirmou em outro ponto de sua fala.
O presidente falou ainda que não se deve cultivar o sentimento de revanche, mas que “quem errou responderá por seus erros”.
“Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com direito amplo de defesa, dentro do devido processo legal”, afirmou.
Ao falar sobre a pandemia de Covid-19, falou sobre o que chamou de “atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida”. “As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes”, discursou.
“Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu; as mais violentas ameaças à liberdade do voto, a mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado”, declarou em discurso que durou 31 minutos, continuando:
“Nunca os recursos do estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder. Nunca a máquina pública foi tão desencaminhada dos controles republicanos. Nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder econômico e por mentiras disseminadas em escala industrial”.
Lula exaltou o sistema eleitoral brasileiro, numa contraposição a Bolsonaro, que, ao longo do mandato, tentou reiteradamente lançar desconfianças sobre as urnas eletrônicas.
“Apesar de tudo, a decisão das urnas prevaleceu, graças a um sistema eleitoral internacionalmente reconhecido por sua eficácia na captação e apuração dos votos”, disse.
(*) Com informações do 18 horas