“Com relação à Venezuela, o presidente Lula me instruiu que reestabelecêssemos as relações, o que faremos a partir do dia 1º, enviando, num primeiro momento, com um encarregado de negócios para retomar os prédios que temos lá, residências, chancelaria, reabrir a embaixada e, posteriormente, indicar um embaixador junto ao governo venezuelano”, disse o futuro chanceler, afirmando que o reconhecimento é do governo do presidente Nicolas Maduro.

Vieira disse ainda que já há ao menos três visitas oficiais de Lula acertadas, entre elas aos Estados Unidos e China.

“Ele participará da reunião da Celac (Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos) que será na Argentina e fará em seguida uma visita bilateral. Ele tinha sido convidado para uma visita antes da posse à Argentina, mas infelizmente, não teve tempo hábil para essa visita se realizar”, disse o futuro chanceler, completando:

“Da mesma forma que ele foi convidado para uma visita aos Estados Unidos (antes da posse), mas não foi possível. Mas ele irá, já está acertado uma visita oficial aos Estados Unidos, da mesma forma que uma visita oficial à China  brevemente no início do seu mandato, nos primeiros  três meses no máximo, imagino”.

Vieira informou ainda que Lula quer que o Brasil seja a sede da COP 30, a ser realizada em 2025. O evento deverá ocorrer em um país latino-americano, e o chanceler foi encarregado de tomar as medidas para a sede seja o Brasil.

O futuro ministro das Relações Exteriores indicou ainda que o governo eleito vai  examinar o processo de entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. Segundo o diplomata, há “pontos muito positivos e importantes” e o processo está adiantado.

O futuro chanceler disse que fará reuniões sobre o tema e que, por enquanto, não há mais nada a avançar. Em setembro, o atual governo entregou um memorando inicial de participação na organização.Na primeira entrevista com jornalistas, Mauro Vieira também comentou o acordo Mercosul-União Europeia. Classificou as tratativas como muito importantes e defendeu que a negociação seja retomada e o que o futuro governo fará o possível para avançar.

O futuro MRE vê um “horizonte melhor” e sinaliza que a atenção que o governo eleito dará à política ambiental pode ajudar a destravar dificuldades.

Em 2019, após 20 anos do início das negociações para estabelecer a relação entre os blocos, se chegou a um acordo político. Os avanços das tratativas, no entanto, perderam ritmo.

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