O governo brasileiro optou por não endossar o comunicado conjunto liderado pelos Estados Unidos e assinado por outros dez países da América Latina que condena a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela. Em vez disso, o Brasil adotou uma postura de neutralidade e defesa do respeito à soberania dos países vizinhos.
Apesar da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que validou a eleição de Maduro, gerar desconfiança na comunidade internacional, o Brasil preferiu não emitir um posicionamento crítico imediato. A ausência de transparência sobre os documentos que sustentam a decisão judicial e a alegação de uma perícia feita nos materiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano ampliaram as dúvidas sobre a lisura do pleito.
A postura brasileira gerou uma provocação por parte de Jorge Rodríguez, aliado do regime chavista, que sugeriu que o Brasil respeitasse as instituições venezuelanas, aumentando as tensões diplomáticas.
O comunicado internacional, assinado por países como os Estados Unidos, questiona a imparcialidade do TSJ e do CNE venezuelanos, pedindo uma auditoria independente. A União Europeia também expressou descrença, com o chefe da diplomacia, Josep Borrell, ressaltando a falta de provas verificáveis que justifiquem o resultado.
Enquanto isso, o governo Lula opta pelo silêncio oficial, mantendo uma abordagem diplomática cautelosa e buscando harmonizar sua posição com outros líderes regionais, como o colombiano Gustavo Petro, mesmo diante de divergências.