A empresa Tumpex LTDA, uma das empresas alvo da Operação Entulho realizada nesta terça-feira (20), teve seu contrato com a Prefeitura de Manaus estendido durante a gestão do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (sem partido). A pouco mais de um mês do fim de seu mandato em 2020, o ex-prefeito publicou no Diário Oficial do Município os aditivos contratuais, totalizando R$ 26,3 milhões.
Sob a liderança de Paulo Ricardo Rocha Farias, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) estendeu o contrato com a empresa de Mauro Lúcio Mansur da Silva até 2035. Mauro Lúcio é um dos indivíduos presos pela Polícia Federal (PF) na operação de hoje.
De acordo com o contrato entre a empresa e a gestão municipal, a Tumpex é responsável pelos serviços de limpeza pública urbana, que incluem coleta, transporte e descarga de resíduos sólidos domiciliares, comerciais e hospitalares, além de varrição de vias, capina, roçada, mutirões e limpeza especial de igarapés e córregos em toda a área urbana de Manaus, com os resíduos sendo depositados no aterro municipal, localizado no km19 da Rodovia AM/010.
O Portal da Transparência revela que o primeiro contrato foi assinado em julho de 2003, durante o segundo mandato do ex-prefeito Alfredo Nascimento (PL). Inicialmente, os serviços prestados pela Tumpex deveriam encerrar em 2008, conforme o acordo com a Semulsp. No entanto, o contrato foi prorrogado nove vezes ao longo dos anos.
Durante a terceira gestão de Amazonino Mendes, em 2008, foram realizadas as primeiras adições ao contrato. Paulo Ricardo Rocha Farias continuava na secretaria municipal de limpeza na época. O contrato com a Tumpex foi prorrogado por mais cinco anos e, posteriormente, por mais quatro meses. Ao longo da gestão de Arthur Neto, com a Semulsp ainda sob o comando de Paulo Ricardo, o contrato foi estendido mais sete vezes até o final de 2020, um mês antes de David Almeida assumir o cargo de prefeito.
O novo prefeito tentou inicialmente contratar uma nova empresa para coleta e transporte de resíduos sólidos, mas sem sucesso. Em 2021, David Almeida recorreu ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) solicitando a suspensão dos contratos firmados na gestão de Arthur Neto. A conselheira Yara Lins atendeu ao pedido e suspendeu a prorrogação do contrato com a Tumpex, determinando também a realização de uma licitação para contratar uma nova empresa de limpeza pública.
Em 2022, por meio de dispensa de licitação, a gestão de David Almeida firmou contratos com duas empresas: a Mamute Conservação, Construção e Pavimentação, cujo contrato encerrou em julho do mesmo ano; e a Murb Manutenção e Serviços Urbanos, que teve seu contrato estendido em fevereiro e está previsto para encerrar em agosto de 2023.
Levantamento realizado pelo Portal Manaus 360