Fabrício Ferreira, ex-assessor do deputado André Janones (Avante-MG), não está de brincadeira. Ele solicitou formalmente à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Federal (PF) uma acareação com Janones para elucidar as acusações de “rachadinha” que pairam sobre o parlamentar. Em uma entrevista exclusiva ao Metrópoles nesta quinta-feira (30), Ferreira expressou o desejo de confrontar pessoalmente Janones e expor os esquemas que, segundo ele, ocorreram durante o mandato do deputado.
Ferreira não economizou palavras, acusando Janones de intimidar assessores para efetuar repasses financeiros e praticar assédio moral. Apesar de Janones admitir a veracidade dos áudios vazados em que pedia a devolução de parte dos salários dos assessores, ele argumentou que o conteúdo foi retirado de contexto e nunca implementado em seu gabinete.
O embate está acirrado. Janones alega que as gravações ocorreram antes de sua posse como deputado, negando qualquer prática irregular. Ferreira, por sua vez, contesta essa afirmação, insistindo que as nomeações já haviam sido oficialmente publicadas e que ele já utilizava seu crachá de servidor na Câmara.
As gravações divulgadas pelo Metrópoles revelam Janones solicitando contribuições financeiras dos assessores para recuperar seu patrimônio após uma campanha eleitoral e para criar um fundo eleitoral. Em resposta, Janones descreveu as acusações como “fake news” e atribuiu a divulgação das gravações à “extrema-direita”.
O PL não ficou de braços cruzados e já enviou um pedido de cassação de Janones à Mesa Diretora da Câmara. Enquanto isso, a oposição apresentou uma notícia-crime contra o deputado na PGR por improbidade administrativa. Além disso, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara aprovou a convocação de ex-assessores de Janones, incluindo Cefas Luiz Paulino e a atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias.