Não é segredo para ninguém que o deputado eleito Amom Mandel conseguiu a façanha de ser votado tanto pelos eleitores do presidente Lula, como os do ex-presidente Jair Bolsonaro, fugindo assim da polarização política que foi a coluna central das eleições de 2022. Mandel usou a estratégia política do “eu me basto”, e evitou qualquer menção aos dois principais candidatos à presidência, focando em pautas que tanto gregos quanto troianos poderiam apoiar.
Ocorre que treino é treino e jogo é jogo, em Brasília a lógica política é completamente diferente da lógica de uma câmara municipal com 41 vereadores. Para Amom se destacar como deputado ele precisará tomar um lado, e isso significa romper com uma parte de seu eleitorado ideológico. Inclusive, o próprio chegou a afirma em um dos seus pronunciamentos em plenário que “os lugares mais quentes do Inferno estão reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempos de crise.”
Como ser prefeito em 2024?
Pelo andar da carruagem, a estratégia de Mandel será a oposta de figuras como Carlos Bolsonaro e Nikolas Ferreira, que eram chamados de “vereadores federais”, políticos com cargos municipais que esqueciam seus municípios para debater os assuntos da política nacional. Para se viabilizar para as eleições de 2024, ao que tudo indica, Amom fará o oposto, será uma espécie de “deputado municipal”, e manterá sua linha de oposição e fiscalização contra o Prefeito de Manaus David Almeida. E como ficará em relação com o presidente Lula?
Essa relação poderá definir o futuro de Amom porque é de Manaus que estamos falando, cidade que o ex-presidente Jair Bolsonaro venceu em votos do atual presidente Lula. A neutralidade não será possível dessa vez, as matérias do governo chegarão à Câmara e precisarão ser votadas. Os escândalos do novo governo já começaram e Amom segue calado, será que o fazer o L é uma possibilidade? Quando a guerra começar no congresso, nenhuma citação será mais forque que o “nós e eles”.