O novo presidente da Comissão de Transparência e Fiscalização do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou as duas primeiras medidas à frente do grupo parlamentar.
Dessa forma, as ações imediatas são investigar a história das joias de Michelle Bolsonaro e verificar possível conexão da venda das refinarias da Petrobrás por valores abaixo do mercado a grupo empresarial dos Emirados Árabes.
A comissão vai apurar, por exemplo, se os R$ 16,5 milhões em joias, transportados pelo ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, eram mesmo presentes à ex-primeira-dama ou propina vinda do governo da Arábia Saudita.
Ao jornalista Octavio Guedes, do G1, Aziz disse que pedirá um pente-fino em todos os negócios fechados pelo governo Bolsonaro com o mundo árabe, especialmente com fundos de pensão ligados ao governo da Arábia Saudita. Ele não está convencido de que as joias eram um presente.
“Nunca vi ninguém dar R$ 16 milhões de presente para uma primeira-dama. Isso é a versão do Bento Albuquerque, que será investigada”.
Refinarias e joias
Ainda no âmbito da comissão de transparência e controle, Aziz promete investigar se a venda de refinarias da Petrobrás, a preço abaixo do avaliado, tem ligação com joias presenteadas a Jair Bolsonaro e sua mulher Michelle.
Por conta disso, o presidente da comissão adiantou a abertura de investigação da venda da refinaria Landulpho Alves, da Petrobrás, na Bahia.
Avaliada em US$ 3 bilhões, foi vendida por US$ 1,8 bilhão em 2021.
Omar anunciou que a comissão já ingressou com um ofício, solicitando documentos da Petrobrás acerca da avaliação de preço da refinaria Landulpho Alves.
Violação de interesses
A venda da refinaria baiana para o grupo Mubadala Capital – um fundo de investimentos de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes – voltou a levantar suspeitas com a possível ligação do baixo valor pago com as joias sauditas trazidas pelo governo Bolsonaro, avaliadas em mais de R$ 16 milhões.
Além da Landulpho Alves, outras duas refinarias já tiveram seus contratos de venda assinados: a Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, cuja assinatura ocorreu em agosto de 2021, e a Unidade de Industrialização do Xisto, no Paraná, com contrato assinado em novembro daquele mesmo ano.
“Qualquer violação aos interesses da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos”, afirmou Aziz.
(*) Com informações bncamazonas