Por Artur Rodrigues, da Folhapress

SÃO PAULO – O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta sexta-feira (14) que a formação de dois blocos na Câmara dos Deputados vai ajudar o governo Lula na aprovação de projetos.

A declaração foi dada após encontro fechado com empresários e representantes de empresas dos Estados Unidos para um balanço dos cem dias de governo, na Amcham (Câmara Americana de Comércio), em São Paulo. O ministro também afirmou que a aproximação do governo com a China não atrapalhará a relações com os Estados Unidos.

“Não são blocos de oposição ao governo. Pelo contrário, são liderados por parlamentares que defendem o governo”, disse Padilha, citando que o maior deles, com 173 deputados, é liderado por Felipe Carreras, membro do PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Esse bloco foi criado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e é formado por PP, União Brasil, PSDB-Cidadania, Solidariedade, Patriota e Avante, além das legendas de esquerda PDT e PSB.

Já o outro bloco uniu Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC, com 142 parlamentares, e é liderado por Fábio Macedo (Podemos-MA).

Padilha afirma que a formação dos blocos se trata da dinâmica interna da Câmara, logo, sem relação com o governo, rechaçando críticas de que eles se formaram por desarticulação do Planalto.

O petista disse que até agora o governo aprovou todos os projetos que precisava, incluindo medidas provisórias pendentes, além de presidir as principais comissões da Casa.

Para o ministro, os novos blocos ajudarão na aprovação do novo arcabouço fiscal. “Até porque o marco fiscal não é um tema que divide governo e oposição”, afirmou, frisando ver um cenário positivo para a aprovação do projeto no primeiro semestre.

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Ele não se comprometeu com uma data e citou como motivo a pauta de votações da Câmara que envolve discussão de medidas provisórias pendentes.

Questionado sobre pagamento de emendas e nomeações de cargos pendentes que podem travar o avanço da pauta, Padilha afirma que o governo se fixou primeiro restos a pagar do ano passado e que “não existe qualquer represamento intencional”.

O ministro também repercutiu possível atrito com os Estados Unidos, ao afirmar que a aproximação com a China não atrapalha a relação com aquele país.

“A política externa do Brasil sempre apostou na geopolítica multilateral, em especial o presidente Lula”, disse que, segundo ele, expandiu esse papel multipolar sem afetar a relação com os norte-americanos.

Na reunião com os empresários, que incluiu representante de empresas dos Estados Unidos, Padilha afirma que o assunto não chegou a ser discutido. No encontro, foi feito um balanço dos cem dias do governo, em que lembrou o papel dos Estados Unidos no reconhecimento ao resultado das eleições brasileiras.

Ele também citou, entre outros pontos, o papel do Brasil na agenda de combate às mudanças climáticas.

Padilha afirmou que falou sobre a recriação do chamado conselhão, que reúne diversos nomes do empresariado. A primeira reunião, diz ele, será no dia 4 de maio.

Entre os aspectos que citou relacionados aos Estados Unidos está o sistema de inovação daquele país.

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