No domingo (3/12), mais de 90% dos venezuelanos expressaram apoio à anexação de Essequibo, região da Guiana, por meio de um referendo. O presidente do Centro Nacional Eleitoral (CNE) relatou que mais de 10 milhões de venezuelanos respaldaram a medida, conferindo a Maduro maior poder de negociação e uma possível justificativa para uso militar.
Embora o resultado não altere a situação atual, oferece a Maduro uma base para negociar e respaldar medidas mais drásticas. O governo venezuelano busca redefinir a fronteira com a Guiana, diminuindo o país vizinho em 70%, em uma região rica em recursos como petróleo, gás, diamante e ouro.
O referendo, com cinco perguntas, abordou questões cruciais:
- Rejeição da fronteira atual?
- Apoio ao acordo de Genebra de 1966?
- Concordância com a não reconhecimento da jurisdição da Corte Internacional de Justiça?
- Desacordo com a Guiana usando uma região marítima sem limites definidos?
- Apoio à criação do estado Guiana Essequiba e a um plano de atenção à sua população, incluindo a concessão de cidadania venezuelana?
Maduro, em campanha intensa, destacou a soberania nacional e apelou ao patriotismo. A Venezuela defende o rio Essequibo como a fronteira natural, remontando a 1777, quando era Capitania Geral do Império Espanhol.
O presidente guianês, Irfaan Ali, reagiu, enfatizando a busca pela justiça, não pela força, em disputas internacionais. Na sexta-feira (1º/12), a Corte Internacional de Justiça proibiu a Venezuela de ações militares contra a Guiana, levantando preocupações sobre a quinta pergunta da consulta. Maduro não respondeu à corte e manteve o referendo.