A Polícia Civil está conduzindo uma investigação sobre a escola de samba paulistana Vai-Vai, suspeita de ter ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O foco da investigação recai sobre um empréstimo de R$ 300 mil, obtido para o desfile de 2022, envolvendo um ex-diretor da escola suspeito de liderar uma célula da organização criminosa.
O ex-diretor financeiro da Vai-Vai, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, conhecido como Beto Bela Vista, figura como principal alvo da investigação. A escola afirma ter parcialmente quitado a dívida, mas o caso levanta questões mais amplas. Documentos judiciais obtidos pela Folha de S.Paulo e declarações do presidente da Vai-Vai, Clarício Gonçalves, confirmam o empréstimo.
Outro aspecto em análise é a compra de um terreno que hoje abriga a sede da Vai-Vai, anteriormente de propriedade de Beto. O terreno foi vendido à Acciona, responsável pela construção da estação 14 Bis do Metrô, por R$ 6,8 milhões, levantando suspeitas de superfaturamento e lavagem de dinheiro.
Beto, que está fora da prisão desde 2024, nega qualquer envolvimento com o PCC. A Vai-Vai, por sua vez, afirma a legalidade de suas ações e se coloca à disposição para colaborar com as autoridades. A escola de samba, uma parte importante da cultura de São Paulo, enfrenta um momento delicado, com alegações e investigações em curso.