O jornalista argentino Jorge Pizarro denunciou que foi impedido de cobrir as eleições presidenciais da Venezuela, marcadas para este domingo (28), e que as autoridades do governo de Nicolás Maduro ameaçaram deportá-lo.
Em entrevista à rádio Rivadavia, onde trabalha, Pizarro revelou que ao chegar ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Caracas, nesta quinta-feira (25), foi separado dos demais passageiros na fila de imigração.
Pizarro relatou que foi submetido a um interrogatório por dez pessoas diferentes, que lhe fizeram as mesmas perguntas sobre sua origem, profissão e local de trabalho em Buenos Aires. Ele também foi fotografado em 14 poses diferentes, teve seu passaporte retido e foi levado para uma sala isolada, onde foi forçado a gravar um vídeo com as mesmas informações fornecidas anteriormente.
“Imagine como é o aeroporto, o setor de imigração… montaram um curralzinho e me deixaram ali parado por três horas. Depois me levaram para outra parte do aeroporto e lá me deixaram sentar. Até que chegou uma pessoa e me disse que, por não cumprir os requisitos para entrar no país, vão me deportar”, explicou Pizarro, que estava aguardando o voo de volta a Buenos Aires durante a entrevista.
Durante as seis horas de detenção, Pizarro não teve acesso a água, medicamentos e quase não pôde usar o banheiro.
A Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa) criticou publicamente a ação do governo venezuelano em uma nota oficial divulgada pelo jornal La Nación.