O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou nesta segunda-feira (14) sua preocupação com o resultado das eleições municipais e o crescimento do conservadorismo no Brasil. Durante um evento promovido pelo Itaú BBA, Haddad destacou que discursos anticientíficos e antidemocráticos estão ganhando cada vez mais espaço no cenário político.

“O mundo está muito mais conservador e distópico do que imaginávamos”, afirmou o ministro. Ele também comentou sobre a evolução das narrativas no debate público: “Hoje, existe lugar de fala para todo tipo de retórica. Aquilo que parecia improvável há 10 ou 20 anos, hoje tem espaço, até para discursos anticientíficos”.

Haddad demonstrou preocupação com a disseminação dessas ideias, que, segundo ele, estão longe de serem superadas. “Há uma retórica anticientífica, antidemocrática e intolerante que, em vez de perder força, continua a se espalhar pelo Brasil”, alertou.

O ministro mencionou o comportamento de algumas pessoas, que apesar de terem “hábitos sofisticados”, como “comer com garfo e faca”, adotam posições contrárias à vacina e às mudanças climáticas. “Para mim, que venho de uma universidade, isso é preocupante. Esse caminho não nos levará a um bom lugar”, disse Haddad.

Ele reforçou que o Brasil precisa se basear em “evidências empíricas, ciência, liberdade e respeito às diferenças” para avançar. Além disso, destacou a importância das instituições para o crescimento econômico do país, citando o Prêmio Nobel de Economia concedido a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson, cujo trabalho examina o papel das instituições na prosperidade das nações.

Haddad concluiu reafirmando sua visão: “Sou muito institucionalista na maneira de ver a economia. A ciência precisa fazer parte desse projeto. Nenhum país progride negando as evidências científicas”.

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