O Amazonas conta com 128 processos sobre crimes de racismo em andamento no Poder Judiciário, sendo 86 em Manaus e 99,2% deles tramitando na Justiça Estadual. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que lançou nesta terça-feira (05/11) um painel para monitorar processos de racismo em todo o Brasil.
Conforme os dados, o país possui 11.620 processos sobre racismo. A Bahia lidera, com 4,9 mil ações em andamento (42%), seguida por Paraná (767), Minas Gerais (682) e Santa Catarina (636).
O levantamento revela que o Judiciário brasileiro tem 74 mil pessoas negras em seu quadro, incluindo 2,4 mil magistrados (13,2% do total) e 71,6 mil servidores (25,5%).
Durante a abertura da sessão do CNJ, o presidente do Conselho e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, destacou o déficit de representatividade de pessoas negras no Judiciário, afirmando que a magistratura reflete a histórica exclusão da população negra. Ele anunciou uma parceria para oferecer 750 bolsas de estudo a candidatos negros aprovados no Exame Nacional da Magistratura (Enam), com R$ 7 milhões arrecadados para custear as bolsas.
A pesquisa Brand Inclusion Index 2024, da Kantar Insights, mostrou que 61% dos brasileiros pretos e pardos sofreram discriminação no último ano, com o local de trabalho (31%), espaços públicos (26%) e lojas (24%) como principais cenários de discriminação. A cor da pele foi citada por 11% dos entrevistados como motivo, e 10% mencionaram a etnia ou raça.
Em relação à diversidade nas marcas, 86% dos negros entrevistados afirmaram que é essencial que as empresas promovam a inclusão e diversidade. Natura, Avon e Nike foram apontadas como marcas que mais contribuem para a representatividade negra, oferecendo produtos inclusivos e retratando essa população de forma positiva.
O estudo também indica que apenas 20% dos entrevistados se sentem sempre representados nos veículos de comunicação, enquanto 69% sentem-se representados apenas ocasionalmente e 6% nunca se identificam com as representações midiáticas.