O show de Madonna em Copacabana, agendado para sábado, dia 4, tem gerado questionamentos devido ao alto montante de recursos públicos envolvidos. Com um custo total estimado em quase R$ 60 milhões, o evento, que marca o encerramento da turnê “The Celebration Tour” pelos 40 anos de carreira da estrela pop, receberá aproximadamente R$ 20 milhões dos cofres públicos, divididos entre o governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura da cidade.
A decisão de ambos os órgãos governamentais de aportar mais de R$ 10 milhões cada tem gerado controvérsia entre os cidadãos e especialistas em gestão pública. O uso de recursos públicos para financiar um evento privado de grande escala levanta importantes questionamentos sobre as prioridades de gastos públicos, especialmente em áreas como saúde, educação e segurança.
A organização do evento, a cargo da produtora Bonus Track Entretenimento, revelou que a segurança do show contará com uma operação massiva, incluindo o emprego de 205 agentes de tráfego, cerca de 3 mil servidores municipais, mais de 1,1 mil agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública e da Guarda Municipal, além do apoio de 3,2 mil agentes da Polícia Militar e 1,5 mil policiais civis. A Marinha também estará envolvida na operação, monitorando e inspecionando as embarcações na região durante o evento. A necessidade de uma operação de segurança tão extensa adiciona outra camada de custos e complexidade ao evento financiado com recursos públicos.
Apesar da justificativa do governo municipal de que os gastos representam um “investimento no turismo da cidade”, com a expectativa de gerar R$ 293,4 milhões em movimentações econômicas locais, a utilização de fundos públicos para tal fim continua sendo tema de debates acalorados. O relatório da prefeitura que aponta para os potenciais impactos econômicos positivos parece não mitigar as preocupações de que o montante investido poderia ser mais bem aplicado em setores considerados mais críticos para a população carioca.