A General Motors anunciou a paralisação das linhas de produção em três de suas unidades no estado de São Paulo: São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. A medida foi tomada em resposta a um recente processo de demissões nas fábricas, que ocorreu por meio de comunicados por telegrama e e-mail. Até o momento, o número exato de demissões não foi divulgado pela montadora nem pelos sindicatos envolvidos. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos reportou que até mulheres grávidas foram incluídas na lista de demitidos.
A justificativa apresentada pela General Motors para as demissões é a “queda nas vendas”, o que, segundo a empresa, tornou necessário “ajustar o seu quadro de funcionários”. No entanto, essa medida contraria um acordo de lay-off estabelecido anteriormente, conforme alega o Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi das Cruzes. Segundo o sindicato, “de acordo com o acordo aprovado em junho, todos os operários da planta deveriam ter estabilidade no emprego durante a vigência da suspensão de contratos. Cerca de 1,2 mil trabalhadores entraram em lay-off em julho.”
Além disso, o sindicato acusa a GM de descumprir a legislação que exige negociação entre a empresa e o sindicato antes de demissões em larga escala. Agora, a entidade buscará pressionar os governos estadual e federal para reverter a situação e cancelar as demissões.
A greve teve início no domingo (22) e foi convocada pelos trabalhadores da unidade de São José dos Campos, onde são produzidos modelos como S10, Trailblazer, motores e câmbios. Posteriormente, a paralisação se estendeu para São Caetano do Sul, onde são fabricados Spin, Montana e Tracker. Finalmente, o estado de greve também foi anunciado em Mogi das Cruzes, onde outras peças são produzidas.
O sindicato exige o cancelamento das demissões como condição para encerrar a greve. Em um comunicado à Autoesporte, a GM reconheceu a greve e o impacto que ela causa na vida das pessoas. No entanto, a montadora enfatiza que a “adequação é necessária” para manter a eficiência de suas operações. A empresa emitiu o seguinte comunicado:
“Foi aprovada pelos empregados, nesta segunda-feira, 23 de outubro, em assembleias realizadas pelos sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano do Sul, São Jose dos Campos e Mogi das Cruzes a proposta de greve por tempo indeterminado.”