O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi inocentado das acusações de peculato e desvio de recursos vinculados às obras da usina nuclear Angra 3, desdobramento da Operação Lava-Jato. As investigações, que levaram à prisão de Temer por quatro dias em 2019, foram anuladas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Temer e outros 11 investigados foi descartada.
O caso envolvia a contratação irregular de empresas, incluindo a finlandesa AF Consult Ltd, Argeplan e Engevix, para o contrato de engenharia eletromecânico 01 da usina Angra 3. Desde 2015, a Operação Descontaminação do MPF investigava desvios de recursos nas obras, abrangendo movimentações financeiras de quase R$ 11 milhões nesse caso.
O MPF também identificou lavagem de dinheiro por meio de pagamentos realizados por empresas como a Construbase Engenharia, que repassava valores para a PDA Projetos, de propriedade do Coronel Lima, alegadamente beneficiando Temer.
Além de Temer, foram inocentados do processo o ex-presidente da Eletronuclear, Almirante Othon, e suas filhas, Ana Cristina da Silva Toniolo e Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognani, que enfrentavam acusações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, relacionadas à manutenção de valores em contas no exterior.
Elsinho Mouco, assessor de Temer, comentou ao jornal O Globo que a anulação das acusações “confirma uma perseguição política disfarçada”.