O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) está planejando a aquisição de seis novos dispositivos IMSI Catcher, com um investimento total de até R$ 18,7 milhões. Esses equipamentos, destinados à Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), têm a finalidade de interceptar e monitorar ligações telefônicas em presídios brasileiros.

Cada IMSI Catcher, avaliado em R$ 3,1 milhões, é uma ferramenta portátil de alta tecnologia projetada para identificar e localizar celulares em um raio predefinido, inclusive com a capacidade de neutralizar seu uso. Com peso de até 16 quilos, o dispositivo inclui um processador portátil em mochila e um console de comando manuseável, operando independentemente de fontes externas de energia por até duas horas.

Essa tecnologia avançada é capaz de identificar detalhes como marca, modelo, número do chip (IMSI) e número de série (IMEI) de celulares, realizando varreduras simultâneas em redes 2G, 3G, 4G e 5G. Equipado com GPS integrado, o IMSI Catcher pode mapear a localização aproximada dos dispositivos em um mapa de calor.

Além disso, o dispositivo permite monitorar chamadas, mensagens e outras atividades dos celulares capturados, com opção de exportação de dados. O edital destaca a expectativa de que o aparelho opere de forma oculta, tanto em aspectos físicos quanto funcionais.

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A tecnologia também possibilita a identificação do uso de múltiplos chips em um mesmo telefone, forçar o descarregamento da bateria do aparelho e selecionar dispositivos que permanecerão ativos durante a varredura, úteis em situações como rebeliões prisionais. O sistema pode colocar aparelhos em “bloqueio transparente”, mantendo a aparência de conexão sem permitir comunicação efetiva.

A Senappen, que já possui 11 dispositivos IMSI Catcher, com cinco em operação, justifica a nova aquisição pela necessidade de atualização tecnológica, incluindo compatibilidade com redes 2G a 5G, visando maior eficácia nas operações de monitoramento em ambientes prisionais. Desde 2009, mais de 60 mil celulares foram identificados em 300 unidades prisionais, e a Operação Modo Avião, iniciada em 2021, já detectou 12 mil aparelhos em 174 varreduras em 19 estados.

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