Nesta terça-feira (9/1), a Polícia Federal deflagrou a Operação Voz do Poder, visando cumprir mandado de prisão preventiva contra o prefeito de um município do interior do estado. O gestor é suspeito de manipular testemunhas em uma investigação que apura desvios de recursos públicos destinados à compra de merenda escolar em 2020, durante a pandemia da COVID-19.
O mandado judicial inclui o afastamento do prefeito de suas funções públicas por 180 dias, além da execução de diligências para a coleta de provas. A ação ocorreu nas cidades de Borba e Manaus. As investigações revelaram indícios de que os kits de merenda escolar fornecidos continham quantidades reduzidas ou nenhuma carne de boi, divergindo do volume contratado. Adicionalmente, foram constatadas ausência de charque nos kits, indícios de falsificação nos recibos de entrega e possíveis pagamentos sem documentação comprobatória.
A prisão preventiva e o afastamento do cargo foram solicitados após evidências de que o prefeito conduziu uma videoconferência com servidores municipais intimados pela Polícia Federal. Durante o encontro, ofereceu assistência jurídica e fretamento de aeronave, custeados pela Prefeitura, configurando uma possível tentativa de influenciar indevidamente as testemunhas.
Embora aparentemente um gesto de auxílio, essa ação cria um ambiente suscetível para que os servidores sintam-se pressionados a ajustar seus depoimentos aos interesses do investigado, comprometendo a integridade e credibilidade das investigações em curso. Acompanhe os desdobramentos da Operação Voz do Poder.