A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que pede um cessar-fogo imediato no conflito em curso entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que atinge o seu 21º dia de ataques nesta sexta-feira. Essa proposta diplomática, aprovada durante a tarde com 120 votos a favor, 14 contrários e 45 abstenções, marca a primeira tentativa da ONU de encerrar o conflito desde o seu início. Tentativas anteriores no Conselho de Segurança da ONU haviam enfrentado impasses. Importante notar que a resolução é de caráter recomendatório, o que significa que as partes envolvidas não têm a obrigação de cumprir suas disposições.
A resolução, aprovada pela Assembleia Geral composta por 193 países, pede um cessar-fogo imediato para facilitar o suporte humanitário. Isso inclui a entrada sem obstáculos de suprimentos alimentares e serviços para civis em Gaza, bem como o acesso de representantes da ONU e de outras organizações humanitárias à região. A resolução também pede a suspensão da diretriz de Israel para que os palestinos evacuem a região norte de Gaza e a garantia de uma forma de proteção para a população palestina na área. Além disso, destaca a importância de evitar uma escalada do conflito para uma guerra mais ampla envolvendo atores regionais.
Após a votação, o embaixador da Jordânia na ONU, Mahmoud Daifallah, enfatizou a necessidade de um cessar-fogo imediato como forma de abrir espaço para soluções diplomáticas e condenou veementemente as incursões de Israel em Gaza desde o início do conflito.
“É uma obrigação moral buscar a paz. Nas circunstâncias atuais, estamos testemunhando uma grande invasão conduzida por Israel, enquanto falamos aqui,” afirmou Daifallah. “É fundamental destacar que Israel é responsável pelas atrocidades que estão ocorrendo.”
Os Estados-membros rejeitaram uma emenda que condenava o ataque terrorista do Hamas em 7 de setembro e a tomada de reféns, com 88 votos a favor e 55 contra. A emenda, proposta pela delegação do Canadá e apoiada por outras nações, pedia a libertação das pessoas mantidas como reféns e “a segurança, o bem-estar e o tratamento humano dos reféns de acordo com o direito internacional”. No entanto, essa seção foi criticada por países árabes presentes por não incluir uma condenação dos ataques de Israel em Gaza.
Fonte: O Globo