O governo de Israel anunciou uma medida controversa que está causando indignação entre funcionários e diplomatas da ONU: a recusa de concessão de vistos para os trabalhadores humanitários da organização. Essa ação é vista como uma resposta à crescente tensão entre as Nações Unidas e o governo de Benjamin Netanyahu.

O Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, provocou a ira de Israel ao afirmar em um discurso no Conselho de Segurança que os ataques do Hamas devem ser compreendidos dentro de um contexto mais amplo e que não ocorreram em um vácuo. Ele também destacou que os palestinos enfrentam uma ocupação sufocante que dura 56 anos.

Essa não foi a primeira vez que Guterres fez esse tipo de declaração, mas o governo de Israel aproveitou a oportunidade para rotulá-la como inaceitável e imoral, pedindo a renúncia do chefe da ONU.

Em uma entrevista à rádio, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, anunciou que o governo se recusou a conceder um visto ao chefe de operações humanitárias da ONU, Martin Griffiths, e que outros representantes também serão impedidos de entrar no país. Essa ação é uma resposta direta ao discurso de Guterres, no qual ele denunciou Israel por violações do direito humanitário internacional.

Evidências anteriores mostram que a crise já estava se desenrolando nos bastidores, com o governo de Israel criticando o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, em uma carta. Os israelenses insistem que ele deveria se concentrar em condenar o Hamas, sem fazer comentários sobre as operações das forças israelenses na Faixa de Gaza.

Recentemente, informações indicam que a diplomacia de Netanyahu tem enviado cartas aos diversos órgãos da ONU, pressionando por uma posição crítica em relação ao Hamas. Essas cartas, segundo fontes, soaram como ameaças à instituição.

Enquanto isso, relatores da ONU declararam a operação de Israel em Gaza como um “crime contra a humanidade” e alertaram sobre o risco de genocídio.

Essa crise diplomática se une à paralisia enfrentada pela ONU diante da guerra, já que o Conselho de Segurança tem sido incapaz de fornecer uma resposta eficaz devido a sucessivos vetos e impasses.

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