O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou com uma queixa-crime contra Walter Delgatti Neto, o hacker conhecido como o “hacker da Vaza Jato,” acusando-o de calúnia. A ação foi desencadeada após Delgatti afirmar publicamente que Bolsonaro teria solicitado sua cooperação para assumir a autoria de uma interceptação telefônica ilegal contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A declaração de Delgatti ocorreu durante um depoimento à CPI no dia 8 de janeiro.

O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, representando Bolsonaro, expressou que a defesa do ex-presidente está indignada com as declarações “mentirosas” e “irresponsáveis” de Delgatti. Em resposta, eles apresentaram uma queixa por calúnia no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, alegando que há elementos suficientes para sustentar a acusação contra Delgatti, evitando a necessidade de um inquérito adicional para investigar os fatos.

Segundo a petição apresentada, a defesa de Bolsonaro alega que Delgatti espalhou informações “manifestamente falsas” e prejudicou a reputação do ex-presidente diante de um amplo público, considerando a ampla cobertura de mídia dada ao depoimento.

Bolsonaro é alvo de críticas da esquerda devido ao seu voto contra a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal durante uma votação ocorrida recentemente. Essa divergência de opiniões na Corte levou ao pedido de vista por parte do ministro André Mendonça, quando a votação estava em 5 votos favoráveis à liberação para uso pessoal, contrariando a posição de Zanin.

Além da acusação de interferência ilegal nas atividades de Moraes, Delgatti também acusa Bolsonaro de envolvimento em ações contra o processo eleitoral de 2022. Delgatti alega que se encontrou com Bolsonaro no Palácio da Alvorada e que discutiram a possibilidade de apresentar uma simulação falsa de fraude nas urnas eletrônicas ao público. No entanto, até o momento, Delgatti não apresentou provas que corroborem suas declarações.

Delgatti foi preso recentemente sob suspeita de conspirar contra Moraes, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ele também confessou ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserido um mandado de prisão falso contra o magistrado. Em junho, ele foi condenado a 20 anos de prisão e multa pela invasão de contas de autoridades, incluindo membros da força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro. Essas mensagens revelaram uma colaboração próxima entre o Ministério Público e o juiz, contribuindo para a posterior contestação da operação.

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