O general da reserva Marco Gonçalves Dias, o G. Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), declarou à Polícia Federal (PF) que não prendeu os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro porque estava fazendo um “gerenciamento de crise”.
G. Dias prestou depoimento por cinco horas à PF. O general argumentou que não tinha “condições materiais’” de fazer as prisões sozinho e que, em sua avaliação, houve um “apagão” do sistema de inteligência. A falha, segundo o depoimento, estaria na “falta de informações para tomada de decisões”.
O general narrou ainda que um dos radicais estava “altamente exaltado” e que entendeu “não ser conveniente e seguro a prisão dos vândalos naquele momento sem planejamento e em razão dos ânimos exaltados e a presença e de famílias, idosos e crianças”.
O ex-chefe do GSI foi filmado no quarto andar do Palácio do Planalto. Ele aparece nas imagens do circuito interno indicando a saída aos radicais. A versão de G. Dias é a de que eles seriam presos quando chegassem ao segundo andar.
– Essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no segundo piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo – afirmou.
O depoimento foi conduzido pelos delegados Raphael Soares Astini, Vinicius Barancelli e Alexandre Camões Bessa.
O ex-chefe do GSI também disse que a ordem era para prender os invasores. Ele negou ter mandado evacuar o prédio.
G. Dias também alegou que todas as filmagens do dia 8 de janeiro foram entregues.
– Todas as filmagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro foram fornecidas integralmente às instituições do Estado, sem omissão de possíveis filmagens – diz o termo de depoimento.
A versão contradiz relatos de ministros palacianos. Quando as imagens foram cobradas, o general teria dito ao presidente Luiz Inácio Lula Da Silva (PT) que a câmera do circuito interno posicionada para o corredor de acesso ao gabinete presidencial estava quebrada.
*AE