Nesta segunda-feira (28), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, compareceu à Polícia Federal (PF) em Brasília para um novo depoimento. O depoimento faz parte das investigações em torno das ações atribuídas ao Hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti, condenado por invadir dispositivos eletrônicos de diversas figuras públicas e divulgar conversas confidenciais.
O tenente-coronel Mauro Cid está sob custódia desde o início de maio, enfrentando acusações de manipulação de registros de vacinação contra a covid-19 e inserção de informações falsas nos sistemas do Ministério da Saúde. Essas ações teriam beneficiado familiares de Cid, bem como o ex-presidente Bolsonaro.
As alegações envolvendo Mauro Cid também se conectam à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por parte de Walter Delgatti. Delgatti é condenado por ter inserido dados fraudulentos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, incluindo um falso alvará de soltura e uma ordem de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Delgatti declarou que sua invasão ao sistema do CNJ tinha a intenção de desacreditar o Poder Judiciário. Ele alegou ter recebido R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), supostamente para realizar essas ações, porém, Zambelli negou qualquer envolvimento.
Além disso, Delgatti alega que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto para discutir a possibilidade de interferir nas urnas eletrônicas e modificar o código-fonte, visando a uma possível fraude eleitoral. Segundo o próprio hacker, o tenente-coronel Mauro Cid teria testemunhado essa conversa entre eles.
Cabe mencionar que Mauro Cid já iniciou seu depoimento à PF na última sexta-feira, porém, a sessão foi interrompida e continuou hoje. As investigações sobre esses eventos complexos e interligados estão em curso, buscando esclarecer as conexões e a verdade por trás das alegações apresentadas.