No lançamento do PPA Participativo Nacional em Salvador, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi abalado com a notícia de que sua participação havia sido vetada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. O deputado Valmir Assunção, do PT da Bahia, expressou sua insatisfação com a decisão e optou por não comparecer ao evento, alegando que o MST merece respeito devido à sua história de luta.
Embora o ministro Rui Costa tenha negado o veto, o MST baiano confirmou ter recebido o pedido do ministro para que sua participação fosse vetada no encontro sobre o Plano Plurianual (PAA) do Governo Federal. Em comunicado divulgado, o movimento aproveitou para lavar a roupa suja, acusando o ministro de repetir no governo federal o mesmo tratamento dado aos movimentos sociais na Bahia, caracterizado pela falta de diálogo e participação coletiva nas construções e debates.
É importante ressaltar que essa tensão entre o MST e o governo federal ocorre em um momento em que há a iminência da instalação de uma CPI do MST. Além disso, o governo baiano, liderado por Jerônimo Rodrigues, do PT, também enfrentou pressão para a criação de uma CPI estadual sobre o movimento. Esses movimentos geraram críticas e questionamentos quanto à postura do governo Lula, que segundo o líder do MST, João Pedro Stedile, parece ser “meio medroso”.
A relação entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o governo sempre foi marcada por altos e baixos. O MST é conhecido por suas lutas em prol da reforma agrária e da justiça social no campo, mobilizando-se para pressionar o governador por políticas mais inclusivas. Por outro lado, o governo precisa lidar com a complexidade de atender às demandas dos movimentos sociais sem prejudicar outros setores da sociedade.
Diante dessa controvérsia, acompanhe resta os andamentos dessa tensão entre o MST e o governo, além de observar como essa situação pode impactar a relação entre o movimento e o partido do ex-presidente Lula. O fato é que a exclusão do MST do palanque de Lula em um evento importante como o lançamento do PPA Participativo Nacional traz à tona uma discussão sobre o diálogo e a participação dos movimentos sociais nas decisões governadas, e coloca em evidência os desafios enfrentados pelo governo para conciliar diferentes interesses e garantir a representatividade de todos os setores da sociedade.