Na noite de segunda-feira, 3 de junho, Maria José Costa Almeida, secretária parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), foi presa em Planaltina (DF). Indicada ao cargo pelo deputado distrital Fábio Felix (Psol), Maria José foi condenada a quatro anos, nove meses e seis dias de prisão em regime semiaberto por extorsão e ameaça.
Logo após sua prisão, Maria José foi exonerada de seu cargo no Bloco Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2013 e 2014. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) relatou que Maria José fazia parte de uma associação que cadastrava moradores de assentamentos rurais em programas sociais do governo local. Ela foi acusada de extorquir duas pessoas cadastradas para receber um benefício de R$ 600, exigindo R$ 50 mensais sob ameaça de cortar o auxílio. Quando uma das vítimas parou de pagar, Maria José suspendeu o benefício, resultando em sua expulsão da associação ao descobrirem a situação.
Em outro incidente, Maria José ameaçou uma mulher que discordava de sua gestão na associação. De acordo com o MPDF, ela reuniu familiares e ameaçou a vítima com facas, peixeiras, pedras e paus para tomar o assentamento desta mulher. Além disso, ela intimidou outras três pessoas do assentamento, ordenando que desocupassem suas casas sob a ameaça de incendiá-las.
Na Justiça, Maria José negou as acusações, afirmando que cada família recebia pessoalmente o auxílio do governo do Distrito Federal, sem qualquer repasse a ela. Ela pediu absolvição, mas o relator Silvanio Barbosa dos Santos rejeitou o pedido. A sentença já transitou em julgado, sem possibilidade de recurso.
Segundo dados de abril do Portal da Transparência da CLDF, Maria José ganhava R$ 3.261,37 por mês. Em nota, o Psol destacou que ela foi contratada pela “reconhecida e respeitada luta em defesa do direito à moradia no Distrito Federal”, mas confirmou sua exoneração.
O deputado Fábio Felix declarou ao site Metrópoles que a condenação não tem relação com seu mandato. “Espero que a Justiça seja feita pela liderança tão respeitada que ela é”, afirmou o deputado. “Mas o que está nos autos não tem nenhuma relação com o mandato. O processo é de 2013.”