A reintegração de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores (PT) desencadeou conflitos internos, com Valter Pomar, membro da direção nacional do PT, solicitando a impugnação da filiação da candidata à vice-prefeita de São Paulo. Pomar fundamentou seu pedido nos prazos e condições estabelecidos pelo estatuto do PT.
Marta Suplicy, que deixou o PT em 2015 após críticas à liderança do partido, formalizou seu retorno em um evento na sexta-feira, 2. Durante esse período, ela se filiou ao MDB e, em janeiro de 2021, assumiu como secretária municipal de Relações Internacionais em São Paulo, na gestão do prefeito Ricardo Nunes.
A reviravolta ocorreu em 8 de janeiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o retorno de Marta ao partido, indicando-a como candidata a vice na chapa com Guilherme Boulos (Psol), apoiada por Lula. A manobra desagradou parte dos petistas, refletindo a insatisfação de Pomar.
Pomar propôs que a impugnação fosse deliberada pelo Diretório Nacional do PT, dada a relevância nacional do caso. Ele apresentou motivos para o pedido, destacando a saída anterior de Marta do partido com acusações de corrupção contra membros do PT, seu apoio a políticas contrárias aos interesses dos trabalhadores, como a reforma trabalhista e o impeachment de Dilma Rousseff.
Além disso, Pomar ressaltou a participação de Marta em campanhas eleitorais adversas ao PT em 2016, 2018 e 2020, e sua associação recente ao governo municipal de São Paulo, do qual se desvinculou apenas após o convite para compor a chapa com Boulos.