A decisão de Guilherme Boulos, deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, de contratar o marqueteiro Lula Guimarães para sua campanha gerou uma significativa crise interna no partido. O motivo central dessa controvérsia é o histórico profissional de Guimarães, que já esteve à frente das campanhas de João Doria em 2016 e Geraldo Alckmin em 2018, ambos representantes da direita política. Além disso, Lula Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, a agência contratada pelo iFood para combater a mobilização dos entregadores de aplicativos em 2020.

Sete grupos internos do PSOL emitiram uma nota de repúdio contra a escolha de Guimarães como marqueteiro da campanha de Boulos. No comunicado, o acordo entre Boulos e Guimarães é classificado como “inaceitável”. A nota ainda enfatiza que os métodos empregados pelo publicitário são associados ao bolsonarismo. O diretório estadual do PSOL, no entanto, ressalta que os signatários da nota representam uma minoria dentro do partido, compreendendo apenas 26% da legenda. A assessoria de imprensa de Boulos afirmou que, apesar das críticas internas, o contrato com Guimarães será mantido. Até o momento, Lula Guimarães não se pronunciou sobre a controvérsia.

A nota de repúdio declara: “É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com alguém que possui esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria; trata-se do caso do iFood, uma prática antissindical altamente questionável, que não se engaja na arena pública do debate político, mas sim recorre à desinformação, um método característico do bolsonarismo.”

O comunicado continua, argumentando que a manutenção do contrato com Guimarães representa um passo na direção de uma forma “tradicional” de fazer política, onde a imagem criada por marqueteiros prevalece sobre os movimentos legítimos dos trabalhadores.

Visando as eleições de 2024, com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, Boulos se posiciona como candidato da esquerda em São Paulo. De acordo com a pesquisa Datafolha mais recente, divulgada em agosto, Boulos lidera a corrida à Prefeitura com 32% das intenções de voto, seguido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) com 24%. A deputada federal Tábata Amaral (PSB) aparece com 11%, e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.

Boulos está priorizando encontros em bairros periféricos nesta fase inicial da pré-campanha, buscando se aproximar do eleitorado e promovendo debates sobre os desafios enfrentados pelo município, com o objetivo de construir seu programa de governo.

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