USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ -- USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ --

GABRIELA VINHAL, LEONARDO MARTINS E PAULO ROBERTO NETTO
BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso desde janeiro, foi alvo de uma ação do Ibama nesta sexta-feira (24). O órgão fez busca e apreensão na residência de Torres, em Brasília, em decorrência da criação ilegal de pássaros silvestres.


A informação foi confirmada ao UOL pelo Ibama e pelo advogado do ex-ministro, Rodrigo Roca. O advogado afirmou que Torres foi multado, mas disse que ele vai recorrer. A multa é de R$ 54 mil, segundo o Ibram (Instituto Brasília Ambiental), que também participou da ação.


Na operação, foram encontradas 60 aves mantidas no criadouro, uma delas com a pata mutilada. O Ibram informou que nenhuma delas foi apreendida, mas não informou a razão. Ao UOL, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que as inconsistências encontradas no sistema sobre Torres podem indicar a negociação dos pássaros.


“Uma das coisas que chamou a atenção dos técnicos é que existe um limite de troca de criadouro de animais. Isso indica
que ele pode estar comercializando essas aves. Tem um limite de aves que podem ser transacionadas e houve uma movimentação muito maior”, disse Agostinho.


A base de dados sobre o cadastro dos pássaros não batia com o que foi encontrado na casa de Torres. Algumas aves que estão cadastradas no nome dele não estavam no local. Torres terá que apresentá-las ao Ibama, mas ainda não há informações sobre o prazo. Agostinho afirmou que, se alguma delas morreu, ele terá que entregar a anilha ao órgão. O presidente do Ibama não descarta ainda a apreensão das aves, se for comprovada ilegalidade.


Em nota, o Ibama informou que a atividade foi embargada e notificou o ex-ministro para que sejam apresentadas informações sobre os animais registrados no sistema que não foram encontrados no local.

Leia também!  Fausto Jr. propõe audiência pública para discutir impactos da venda de reserva mineral no Amazonas para estatal chinesa


Anderson Torres foi autuado por irregularidades como utilizar animais em desacordo com a autorização existente, por inserir dados falsos no sistema e por mutilação. De acordo com o Ibama, a ação foi um desdobramento de investigação iniciada no ano passado a partir da identificação de informações inconsistentes no Sispass (Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros), como o registro de ave sob responsabilidade de Torres em nome de outra pessoa.


“As investigações não eram focadas nele. Estamos visitando vários criadores cadastrados e que apareceram em uma ação de inteligência. E o nome dele surgiu”, afirmou Agostinho. Segundo a investigação, Torres mantinha uma funcionária para cuidar exclusivamente das gaiolas. Na operação foram encontradas aves das espécies curió, azulão e bicudo, entre outras. De acordo com Agostinho, o bicudo está em extinção, apesar de ser possível criá-la legalmente. Havia ainda um casal de tiê-sangue, que têm cor vermelha.


O ex-ministro está preso desde 14 de janeiro, em Brasília, por suspeita de omissão e conivência com os ataques golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Durante buscas na casa de Torres, no mês passado, a PF encontrou uma minuta de um decreto golpista.
O ex-ministro nega as acusações, diz que adotou medidas para prevenir as invasões ocorridas no ato golpista de 8 de janeiro e que há “total ausência” de evidências para associá-lo aos ataques. Sobre a minuta, ele afirmou em depoimento que ela não tem “viabilidade jurídica” e que não sabe quem foi o autor do
texto.

Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.

PUBLICIDADE
Compartilhar.