O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a maneira como a imprensa brasileira tem tratado a situação eleitoral na Venezuela, comparando a abordagem da mídia a uma “Terceira Guerra Mundial”. Em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo no Mato Grosso, Lula afirmou que não há nada de anormal no processo eleitoral venezuelano.
“A nota do Partido dos Trabalhadores elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. Ao mesmo tempo, reconhece que o tribunal eleitoral já reconheceu [Nicolás] Maduro como vitorioso. Mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”, declarou Lula.
Durante a entrevista, que ainda não foi ao ar na íntegra, mas teve trechos divulgados nas redes sociais, Lula enfatizou a importância da publicação das atas de votação para o reconhecimento do resultado eleitoral. “Na hora que tiver apresentadas as atas e for consagrada que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela”, afirmou o presidente.
Lula também rejeitou a ideia de um comunicado conjunto entre Brasil, México e Colômbia para exigir transparência nas eleições venezuelanas. Segundo ele, tal medida não é necessária. “Acho que não é necessário muita coisa. É necessário o seguinte: O presidente Maduro sabe perfeitamente bem que quanto mais transparência houver, mais chance terá de ter tranquilidade para governar a Venezuela”, ressaltou.
A crise eleitoral na Venezuela tem gerado intensos debates e acusações de fraude. A oposição venezuelana e a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, têm questionado a legitimidade dos resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A posição cautelosa do governo brasileiro, que aguarda mais informações antes de reconhecer oficialmente o resultado, contrasta com a nota emitida pelo PT, que saudou o povo venezuelano pela realização pacífica das eleições e reconheceu a vitória de Maduro.
