O Partido Liberal (PL) planeja encaminhar uma representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados solicitando a cassação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) devido a um episódio em que ele chamou Carla Zambelli (PL-SP) de “terrorista”. A discussão acalorada entre os congressistas ocorreu no plenário da Câmara na última segunda-feira, 9.
O partido alega que o comportamento do parlamentar violou o decoro parlamentar e constituiu um abuso injustificado de suas prerrogativas, incluindo o momento em que ele riu após proferir os termos ofensivos.
A controvérsia teve início quando parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiram à organização terrorista palestina Hamas como responsável por ataques contra civis israelenses no fim de semana, chamando-a de “terrorista”.
Lindbergh Farias questionou se as pessoas envolvidas nos ataques de 8 de janeiro seriam consideradas terroristas e se aqueles que tentaram bombardear o aeroporto de Brasília não se enquadrariam na mesma categoria. Após ser interrompido por Carla Zambelli, que perguntou sobre o Hamas, o deputado petista se referiu à própria congressista como “terrorista”.
A discussão se acirrou com provocações de ambos os lados. Zambelli mencionou o apelido de Lindbergh na lista da Odebrecht, e Lindbergh desafiou Zambelli a falar na frente dele.
No plenário, Zambelli encerrou sua fala dizendo a Lindbergh para lavar a boca com sabão. “Lave a sua boca com sabão, lindinho, antes de falar da minha família e de como eu a protejo. Estou sendo atacada por pessoas como você, que espalham mentiras sem fundamento”, declarou.
Lindbergh solicitou um direito de resposta, mas a presidente da sessão tentou acalmar a situação. No entanto, Carla Zambelli e Lindbergh logo voltaram a se dirigir palavras e trocar insultos cara a cara. Outros parlamentares intervieram para apartar a briga. “Seu machista nojento”, gritou Carla Zambelli enquanto os deputados separavam os dois.
Até o momento, o Conselho de Ética da Câmara recebeu 22 representações protocoladas. Metade desses documentos foram apresentados pelo PL, que lidera o número de ações neste momento.