O governo de Lula da Silva (PT) por meio do Ministério da Saúde declarou neste sábado (21), estado de emergência de saúde pública na terra dos Ianomâmis, em Roraima.
A medida foi adotada após técnicos do Ministério da Saúde resgatarem oito crianças em estado grave de desnutrição e malária que vivem na maior reserva indígena do país.
A situação fez o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, viajarem para Roraima hoje pela manhã.
“A ministra de estado de Saúde resolve […] declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional”, afirma o texto, assinado pela chefe do ministério, Nísia Trindade.
A declaração do estado de emergência está publicada em edição extra do Diário Oficial da União dessa sexta-feira (20).
Confira:
2023 01 20 Assinado Do1 Ext… by Marc Arnoldi
A Espin pode ser declarada “em situações que demandem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública”, como informa o decreto Nº 7.616 de 2011, que regula o dispositivo.
Crianças desnutridas
Os técnicos do Ministério da Saúde fazem atendimentos na região desde segunda-feira (16). Eles encaminharam as crianças para tratamento de saúde em Boa Vista.
O paciente resgatado mais novo, de 18 dias de vida, foi levado ao hospital com quadro de pneumonia, e chegou a ter cinco paradas cardíacas. A mãe da criança percorreu três horas até chegar à Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) no polo-base de Surucucu.
“Um dado público é que, nos últimos 4 anos, 570 pessoas Ianomâmis morreram decorrente da contaminação por mercúrio por conta do garimpo ilegal. Agora, na casa de atenção à saúde indígena, tem 715 indígenas Ianomâmis em desnutrição absurda”, disse Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários.
Saúde dos ianomâmis
Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Ianomâmis, a população vive grande crise sanitária. Além de a atividade de garimpo ilegal provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses, foram registradas diversas mortes por desnutrição.
Leia mais na matéria de Celimar Menezes e Marc Arnoldi no Metrópoles