O procurador-geral da República, Augusto Aras, compartilhou suas críticas contundentes à Operação Lava Jato, classificando-a como um legado prejudicial e denunciando seu impacto em diversas esferas, incluindo vidas, política, economia e soberania nacional. Essas declarações foram divulgadas no perfil oficial do procurador na rede social X, conhecida anteriormente como Twitter.
Aras enfatizou que, em sua visão, seu papel foi institucionalizar e despersonalizar o Ministério Público, em meio a acusações de que ele estava destruindo a Lava Jato. Ele argumentou que “Hoje, a sociedade enxerga seu verdadeiro legado maldito, seu ‘modus operandi’ que ceifa vidas, a política, a economia e afronta a soberania nacional.”
Nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Aras também mencionou o desafio enfrentado pelo Brasil nos últimos quatro anos, caracterizado por um forte corporativismo apoiado por desinformação disseminada pela mídia desviada, que confundiu a busca pela justiça com a busca por vingança.
É importante observar que o procurador busca ser reconduzido ao cargo de Procurador-Geral da República por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recentemente, ele se reuniu com o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, que também expressou seu apoio à recondução de Aras.
Em um contexto relacionado, na quarta-feira 6, um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que os agentes envolvidos na Lava Jato desrespeitaram o devido processo legal, desobedeceram decisões judiciais superiores, distorceram evidências e agiram de forma parcial. Além disso, afirmou que recorreram a métodos de coação psicológica contemporâneos e a práticas questionáveis para obter evidências contra indivíduos inocentes.
Vale mencionar que o ex-juiz da Lava Jato, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), desempenhou um papel fundamental na operação, incluindo a condenação do ex-presidente Lula. De acordo com as palavras do ministro do STF, a prisão de Lula foi considerada um dos maiores erros judiciais da história e uma armação. A decisão do ministro anulou, em linhas gerais, as provas obtidas por meio de um acordo de delação premiada com ex-funcionários da Odebrecht.
Adicionalmente, Toffoli ordenou que a Procuradoria-Geral da República e outros órgãos identificassem “eventuais agentes públicos que atuaram e praticaram os atos relacionados” ao acordo de leniência.