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Por Catia Seabra e Thaísa Oliveira, da Folhapress

BRASÍLIA – Presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) esteve na semana passada no Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Lula (PT). Em pauta, estavam interesses de Lula no Legislativo e também os do senador junto ao Planalto.

Segundo colaboradores do presidente, Lula e Alcolumbre conversaram sobre o ambiente que o novo indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado Cristiano Zanin, encontrará na sabatina da CCJ.

Em 31 de maio, Lula informou a senadores sua decisão de indicar seu advogado e amigo para a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo. O encontro entre Lula e Alcolumbre ocorreu no dia seguinte – não há ainda uma data anunciada para a sabatina de Zanin na CCJ.

Antes do encontro com o presidente, Alcolumbre apresentou ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, uma lista de nomeações que reivindica no Amapá.

Ainda segundo colaboradores de Lula, Alcolumbre apresentou indicações para cargos no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Banco da Amazônia, Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e SPU (Secretaria do Patrimônio da União).

Ele também defendeu a permanência de um afilhado na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e pediu uma diretoria da Caixa Econômica Federal.

Procurada, a assessoria de Alcolumbre negou que ele tenha negociado as indicações.

Alcolumbre -a quem é creditada a paternidade de três ministérios da União Brasil- conduzirá a sessão em que Zanin deverá estar de frente com o senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR), responsável pela condenação em 1ª instância que levou Lula à prisão.

O senador tem afirmado que Zanin não deve enfrentar dificuldades para ser aprovado e que pretende acelerar a sabatina –diferentemente do que fez em 2021 com Jair Bolsonaro (PL), quando segurou a sessão do ministro André Mendonça na CCJ por cinco meses.

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Antes da conversa da semana passada, o senador já vinha mandando recados a Lula.

Às vésperas da instalação da CPI do 8 de janeiro, o senador avisou a interlocutores de Lula que não só deixaria de votar no nome escolhido pelo governo para a presidência da comissão, como também cederia a vaga dele a Moro.

Sem a garantia dos votos da União Brasil, o governo precisou apoiar o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), candidato do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O Palácio do Planalto preferia que o comando da comissão ficasse com os senadores Eduardo Braga (AM), líder do MDB, ou Renan Calheiros (MDB-AL).

Diante do recado de que Maia conseguiria a presidência, os dois senadores abriram mão de participar da CPI e levaram a Lula um panorama dos problemas da articulação política no Congresso.

Alcolumbre também tem afirmado a interlocutores que pretende tratar diretamente com Lula do impasse entre o Ministério do Meio Ambiente e a Petrobras sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

Após o veto do Ibama, o senador do Amapá afirmou que a decisão era “inaceitável” e que “trabalharia em Brasília” para dar condições de desenvolvimento ao estado e à região amazônica.

Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Alcolumbre diz ter ficado especialmente irritado porque o Ibama tomou a decisão sem ouvir os parlamentares do estado e não os comunicou do parecer final.

A assessoria de Alcolumbre negou que ele deixará a CPI do 8/1 para indicar Moro -que ocupa uma das duas vagas de suplente a que a União Brasil tem direito no Senado.

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