A Polícia Federal (PF) ampliou a investigação sobre o uso indevido de recursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), colocando o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) no centro da apuração. Esta ação é um desdobramento da “Operação Vigilância Aproximada”, que na semana passada concentrou-se no deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Carlos Bolsonaro é suspeito de se beneficiar de informações provenientes da chamada “Abin paralela”, que teria produzido relatórios ilegais por meio do software First Mile, utilizado para monitorar cerca de 1.500 pessoas sem autorização legal.

A investigação também abrange um agente da PF que atuou sob a gestão de Ramagem, ambos envolvidos em práticas que desviam do propósito original da inteligência nacional. Os mandados de busca e apreensão na residência e no escritório de Carlos Bolsonaro no Rio de Janeiro foram autorizados pelo STF, através do ministro Alexandre de Moraes, a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Esta fase da operação busca esclarecer o destino dos relatórios produzidos pela “Abin paralela”, que supostamente serviam a interesses políticos específicos. Carlos Bolsonaro é o primeiro dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro a ser formalmente investigado pela PF, havendo suspeitas de que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan também possam ter sido favorecidos pelos relatórios ilegais.

O ministro Alexandre de Moraes apontou indícios de que a Abin foi utilizada para fins ilícitos durante a administração de Ramagem, desvirtuando a alta inteligência brasileira para monitorar alvos de interesse político sem as devidas permissões judiciais.

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