Brasília (DF) – A indicação do advogado Cristiano Zanin, escolhido pelo presidente Lula (PT) para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), provavelmente passará sem grandes obstáculos pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que é a primeira etapa de análise. A vaga foi aberta após a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski em 11 de abril. A data da votação, que será secreta, ainda não foi marcada, mas após a análise pela CCJ, seguirá para o plenário.
De acordo com o jornal O GLOBO, dos 26 membros da comissão, 14 votarão a favor de Zanin, enquanto apenas cinco são contrários, quatro estão indecisos e um não respondeu. Mesmo a oposição governista deve votar a favor da indicação, uma vez que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu liberar sua bancada para votar de acordo com sua escolha.
A proximidade de Zanin com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem incomodado a oposição, especialmente porque o advogado atuou como seu representante legal desde 2013.
Alguns membros da bancada governista também demonstraram insatisfação com a indicação, pois esperavam que Lula escolhesse um nome mais diverso para ocupar a vaga, como uma mulher ou uma pessoa negra.
No cenário dos senadores amazonenses, Eduardo Braga (MDB-AM) é cotado para ser o relator da indicação na CCJ, mas não revelou seu voto por receio de ser impedido de assumir a função. No entanto, Braga é um aliado declarado de Lula e já defendeu as escolhas do presidente em outras ocasiões.
Por outro lado, Plínio Valério (PSDB-AM) é o único representante do Amazonas no Senado que deve votar contra a indicação, enquanto Omar Aziz (PSD-AM), também forte aliado do presidente atual, revelou ao O GLOBO que é a favor da indicação de Zanin.